"Todos nós conhecemos o som de duas mãos quando aplaudem, qual seria o som de uma única mão?"

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Transpessoal

Maslow havia criado a Psicologia Humanista junto a Carl Rogers e foi o maior porta-voz e articulador dessa teoria. Entre as importantes características, dessa nova terapia, estava uma decisiva mudança da estratégia exclusivamente verbal, da psicoterapia tradicional, para uma expressão direta das emoções e da exploração da história do indivíduo e da motivação do inconsciente para os processos dos pensamentos e sentimentos dos clientes, no aqui e agora. Um outro aspecto importante, dessa revolução terapêutica, foi a ênfase da interconexão da psique e do corpo e a superação do tabu contra o toque, previamente dominante no campo da psicoterapia; várias formas de trabalho corporal, formando assim uma parte integral da nova estratégia de tratamento. A Gestalt terapia de Fritz Perls, a bioenergética de Alexander Lowen e outras abordagens neo-reichianas são destaques nestas terapias.
A partir destes movimentos teóricos, Maslow junto a Anthony Sutich, perceberam que estavam deixando de fora um importante aspecto da experiência humana: a dimensão espiritual e os estados alterados de consciência. Nesse sentido se organizaram com pensadores como Grof e Fadiman, para criar o que chamaram, na época, de Psicologia Trans-humanística, logo após sendo chamada Transpessoal, com o objetivo de respeitar o espectro inteiro da existência humana.
A grande maioria dos teóricos da personalidade toma por fundamento básico a consciência em estado de vigília, ou   consciência  normal,  como  sendo a  única  possibilidade  saudável de nível de percepção cognitiva.  As características básicas desta consciência normal, segundo Fadiman & Frager, é que a pessoa sabe "quem é", tem perfeita noção de si mesma como uma individualidade, e seu sentido de identidade é estável. Ou seja, a pessoa tem uma idéia clara de ser uma  individualidade diferenciada  do meio que  a cerca.   Estudos  vários  sobre a   imagem corporal e do sentido do ego concluem que qualquer desvio desses limites é um grave sintoma psicopatológico. Só que tal conclusão começou a ser seriamente questionada com vários relatos e pesquisas sérias realizadas em várias partes do mundo, e a transpessoal chega para dar conta destas críticas.
A terapia transpessoal ajuda você a ver a si próprio e a vida como universos co-dependentes, e estimula a abertura do coração para um contato maior com o divino que existe em cada um de nós. Desta forma alcançando conceitos como:
Conceito de vida: o trabalho com a morte, tanto a biológica quanto as mortes psicológicas, em uma mesma existência são fundamentais neste referencial e resgatam um novo conceito de ego, através de trabalhos de morte e renascimento do ego.
Conceito de ego: Um ego bem estruturado, mas flexível, que se expande e sob certas circuntâncias se dissipa. É forte o bastante para se permitir “morrer” em legítimas experiências do transpessoal e renascer cada vez mais saudável.
Conceito de unidade: Todo esse processo converge para a experiência da unidade – o resgate da percepção de que somos parte do todo e simultaneamente o todo está em nós. A separação só ocorre na dimensão mais concreta dos cinco sentidos.

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